sexta-feira, 1 de julho de 2011

NOVOS CARROS CAROS QUEREM NOVOS BRASILEIROS RICOS

Modelo exclusivo ao custo de R$ 2 milhões

Dentre as características inexplicáveis no Brasil está a existência de expressivos nichos de ricos, consumidores de classe AA. O fato de Brasília ter uma frota de jatos particulares maior do país em nível de média norte-americana, é uma surpresa, como também é estudo de uma das marcas de automóveis refinados atuando no Brasil, portando dado surpreendente: mais de 100 mil brasileiros tem aplicações financeiras superiores a US$ 1M – livre, sem contar patrimônio imobiliário ou renda mensal.
Isto explica a chegada das marcas de automóveis mais caros e desejados – Ferrari, Porsche, Lamborghini, Aston Martin, Bentley – e seus recordes de vendas.
Incentiva, também, o surgimento de pequenos fabricantes brasileiros que tratam seus novos produtos como se fossem jóias exclusivas, caso do Vorax da Rossin-Bertin, exposto no recém encerrado Salão, e do agora anunciado DoniRosset. Ambos tem desejo comum: instigar pequena parte deste insuspeitado grupo de milionários a quebrar o cofrinho.

Bem iguais
Nomes, propostas, produtos, métodos, materiais, indústria e comércio parecidos.
O Vorax é junção de capital e indústria entre Natalino Bertin Jr, do Grupo com seu nome, conhecido pela destacada atuação agro-pecuária. Rossin  vem de Fahres Rossin, ex-engenheiro da GM.
O DoniRosset também se referencia a pessoa física. No caso, o patriarca Doni, da família Rosset. Projetista do automóvel, o designer Fernando Morita, da Amoritz GT.
Em ambos, mecânica importada. No caso do Rossin-Bertin Vorax, de BMW V10 5.0 e 570 cv de potência. Para mover o DoniRosset, motor Chrysler V10, 8.4, conhecido motor do Viper, modificado para consumir etanol, garante-se produzir curiosos e aparentemente cabalísticos 1007 cv de potência. Se ambos se viabilizarem por certo o Vorax terá motor mais forte apenas por razões de marketing.

Detalhes
O Vorax porta chassi periférico de tarugos de alumínio, carroceria com planos atrevidos, lembrando a corajosa escola apresentada pelo polêmico designer alemão Chris Bangle, para a BMW. O material da carroceria é a fibra de carbono. Mede 4,72m de comprimento; 1,95m de largura; 1,27m de altura, pesando 1.300 kg.
Para o DoniRosset outras semelhanças: comprimento 4,70m; 2m de largura. Pequenas diferenças, o Vorax existe em duas ou três unidades iniciais, porém Rosset apenas se materializará nos próximos meses.
Outra semelhança é a desentralização industrial. Os dois industriais nada querem com áreas conhecidas e confusas. O Vorax será construído em Blumenau, SC, possivelmente atraído por acenos tributários e facilidades oferecidas pelo governo de Santa Catarina, carente por uma indústria automobilística. Quanto ao DoniRosset, seu acionista controlador tem um ponto de vista bugattiano. Ettore Bugatti, brilhante artista que produzia seus automóveis em castelo na fronteira entre França e Alemanha, não perdia o vínculo com a elegância e as facilidades de morar num lugar pequeno, com trabalhadores residindo nas vizinhanças, mantendo clima de ótimo convívio, dedicação e respeito. Rosset quer fazer coisa parecida. E, tanto por quantidade, quanto por manufatura com intensa aplicação de personalizada mão-de-obra, torna o negócio factível, por não exigir logística intensa e volumosa. Assim, se prefeitos de cidades pequenas e simpáticas quiserem atrair o investidor, falem com assessor: Marcelo Picolo, E-mail: divulgacao@fabricadenoticias.com
Finalmente, além da diferenciação de proposta, o Vorax projeta construir 700 unidades/ano enquanto DoniRosset limilitar-se-á a exclusiva meia centena. Atingiu, acabou. Quanto a preços, o Vorax tem estabelecido em R$ 700 mil. A etiqueta de preço pendurada na etéria chave do DoniRosset terá escrito número superior a R$ 2M – ou três Vorax. Exclusividade tem seu preço – não é barato. Quanto á postura industrial, a Rossin-Bertin garante entregar encomendas até o final de 2011, enquanto a Rosset pede dois anos pós inscrição.

Dará, darão certo?
Parece irrelevante. O importante é o surgimento de produtos nacionais com postura absolutamente diferente das lembradas há alguns anos, quanto esportivo nacional era uma carroceria em fibra de vidro, moldada como Puma, para ser aplicada sobre plataforma de Volkswagen. As propostas indicam um amadurecimento do nosso mercado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário